quinta-feira, 25 de julho de 2013

Inteligências Múltiplas: uma reflexão!



Escola e família são as principais responsáveis pelo desenvolvimento pleno de uma criança. É nesses dois ambientes que os pequenos podem – e devem – desenvolver diversas características, tais como o hábito de ler, escrever, resolver contas matemáticas, discernir emoções, escolher o que é certo e o que é errado. Essas ações compreendem o que é conhecido como inteligências múltiplas, um dos objetos de estudo de Luis Fernando Vilchez Martin, professor e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Complutense de Madrid (UCM).
Nessa entrevista exclusiva, concedida em novembro de 2012, quando Martin esteve em Curitiba (PR) para o Simpósio Internacional de Neurociências do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, o pesquisador espanhol fala sobre a importância do desenvolvimento das inteligências múltiplas, como estimular uma faceta da criança pode ajudá-la a evoluir em outros aspectos e também sobre como as novas tecnologias podem e devem ser utilizadas para que as crianças cresçam de maneira plena e saudável. Confira a seguir as opiniões de Martin.
Gestão Educacional: Qual é a importância das inteligências múltiplas na formação de um indivíduo?
Luis Fernando Vilchez Martin: Antigamente, falava-se somente em uma única inteligência. As pessoas eram muito inteligentes, mais ou menos inteligentes ou nada inteligentes. Posteriormente, começou a se falar de várias inteligências – pelo menos três: a linguística, a espacial e a matemática. Com apoio de nossas investigações neurológicas, educativas e psicológicas, já se acredita que existem várias inteligências – sete ou oito delas, cada uma com singularidade própria. Cada qual atua de maneira determinada, mas também atuam em conjunto. Se aplicarmos isso na educação, creio que aqui temos uma oportunidade de trabalhar a escola não somente com uma inteligência, mas com todas. Normalmente, a escola tradicional, em todos os países, tem trabalhado muito bem a inteligência que podemos chamar puramente de inteligência cognitiva (que compreende a inteligência linguística, a espacial, a matemática e a abstrata), mas esquece da inteligência social ou da emocional. Se por acaso um aluno fosse uma boa pessoa, não se trabalhava especificamente para isso. Esse não é somente um fardo, senão é um grande desafio para a educação em todos os níveis. Também podemos citar a inteligência moral e ética, que é aquela que capacita o ser humano a escolher o melhor em cada uma das situações. Portanto, a escola pode organizar estratégias para trabalhar cada uma dessas inteligências, simplesmente porque existem crianças que parecem ser mais aptas para uma inteligência do que para outra. Pensemos, por exemplo, num músico. Ninguém duvida que ele seja uma pessoa muito inteligente, mas não sabemos se ele é um bom matemático, nem se ele é um grande linguista. Mesmo assim, pode-se extrair o máximo dessa inteligência. Não sabemos, por exemplo, se Einstein era uma pessoa com inteligência musical muito alta. Ele gostava de música, mas não sabíamos isso. A escola, portanto, deveria ensinar a utilizar todas as inteligências. Isso tudo tem relação com a educação integral do ser humano, aquela educação que procura fazer com que a pessoa desenvolva todas as suas capacidades, que saiba fazer de tudo e não tenha, ao final da vida, lacunas. Assim, podemos sair das inteligências múltiplas para o que chamamos de competências – o saber fazer. “Eu tenho essa qualidade, mas o que eu faço com ela?” E aí vem o trabalho da educação e da aprendizagem.
Gestão Educacional: Como a escola e a família podem ajudar no desenvolvimento das inteligências múltiplas?
Martin: Creio que de várias maneiras. Os pais, quando são atentos,  observadores de seus filhos, sabem que eles possuem certas qualidades. Os pais não têm a formação necessária para falar em termos técnicos, mas podem dizer “meu filho/minha filha tem essas qualidades”. Eles têm que fazer isso para aumentar a autoestima das crianças e têm que comentar com os professores. Os educadores também devem estar muito atentos, já com os alunos pequenos, [para saber] em que as crianças se destacam ou não. Por exemplo, se alguma inteligência parte de um nível mais baixo, tem que potencializá-la, e as inteligências nas quais a criança se destaca têm que ser elevadas ao máximo. Nesse sentido, a escola e a família devem caminhar de mãos dadas. A família pode trabalhar com as inteligências no sentido de alimentar gostos. Por exemplo, se uma criança tem grande habilidade para a dança, por que proibi-lo de ir a uma escola de dança? Não é justo, pois ele pode se tornar um grande dançarino ou, ao menos, podemos incentivar o seu hobby. Se ele também demonstra grande habilidade para a música, vamos incentivá-lo  a estudar música ao mesmo tempo. Se manifesta talento para outro tipo de inteligência, vamos procurar estimulá-lo. A família, por meio do cultivo de gostos, do apoio, da valorização do que a criança faz (elevando a autoestima), pode incrementar tudo isso. E a escola também. Todo o currículo do colégio pode estar organizado em torno das múltiplas inteligências. Há um centro em Barcelona (Espanha), o qual mantenho contato, o Colégio Montserrat (cuja diretora, a Irmã Montserrat Del Pozo, foi entrevistada na edição de março de 2012 da Gestão Educacional), que trabalha com as crianças, desde muito pequenas, com as inteligências múltiplas: elas vão participando de oficinas de pintura, de música, de línguas e vão caminhando de maneira muito espontânea, lúdica, íntegra, o que está gerando frutos muito interessantes.
Gestão Educacional: Quais tipos de problemas podem surgir caso o desenvolvimento de alguma faceta emocional ou cognitiva tenha sido defeituoso?
Martin: Cada inteligência tem suas características e também pode ter seus problemas. Por exemplo, algum sujeito pode ter uma deficiência; o indivíduo pode ter uma inteligência limite ou abaixo do limite. Mesmo assim, podemos trabalhar essa inteligência. Eu conheço um menino com a Síndrome de Down que acaba de escrever um livro que será publicado na coleção Psicologia e Educação, a qual eu coordeno. Esse rapaz foi capaz de seguir carreira no magistério, é professor e um raio de esperança. Há 40 anos, isso não seria possível. Além disso, os pais foram atrás de especialistas, de professores bem preparados e estes ajudaram para que essa dificuldade inicial fosse superada. Fui encontrando várias pessoas que tinham dificuldades de aprendizagem. Mesmo assim, eram muito bons em esportes ou música e o colégio potencializou essas habilidades, o que os ajudou a ter êxito em outras áreas. Da mesma maneira que o fracasso atrai o fracasso, o sucesso atrai o sucesso, e isso é muito importante. Por isso, como são várias as inteligências, pode-se ajudar uma com base na outra. Pensemos, por exemplo, na belíssima obra que está fazendo o Sistema de Orquestras Juvenis e Infantis da Venezuela. São crianças que, por intermédio do estudo da música, têm desenvolvido suas inteligências e personalidades e estão dando frutos extraordinários. Outras vezes, podemos encontrar meninos que tinham dificuldades emocionais e, novamente, por meio da música, puderam encontrar uma forma de se unir. Uma experiência muito interessante também é a orquestra de Daniel Barenboim, um músico argentino de nacionalidade espanhola que trabalha com músicos palestinos e israelitas [dois povos que vivem em conflito]. Dessa forma, um menino israelita pode saber que um palestino que toca um instrumento igual ao seu na mesma orquestra pode ser seu amigo. Eles podem  estabelecer relação fraternal, desenvolvendo inteligências social e emocional e superar dificuldades que poderiam ter em suas casas em torno dessa inteligência. Eu colaboro também com alguns jovens que têm problemas de visão e como podem trabalhar suas inteligências para superar esse obstáculo. Por exemplo, as novas tecnologias permitem que um texto escrito em braile possa ser lido de maneira absolutamente convencional. Inclusive tenho um familiar que é surdo-cego e é incrível o que está sendo feito, apesar disso [sua deficiência]. O importante é não se render, não ser uma pessoa que se vê abaixo dessa dificuldade e, para isso, o apoio da família é absolutamente fundamental; que um pai, uma mãe ou um professor olhe nos olhos da criança e diga: “eu acredito em você”.
Gestão Educacional: Como a escola pode aprofundar o debate sobre a saúde mental e promover a capacitação de professores?
Martin: Com educação, podemos lançar mensagens de que a saúde é um conceito global: se não me sinto bem emocionalmente, não me sinto bem fisicamente e vice-versa. A partir disso, podemos promover e insistir nesse conceito global de saúde. Ensinar a comer bem desde pequenos leva a uma vida saudável, assim como também cuidar do meio ambiente é saúde, é vida para as pessoas. Eu vi iniciativas muito interessantes aqui em Curitiba nesse sentido de sustentabilidade e de respeito ao meio ambiente. Isso tem a ver com a saúde das pessoas. Hoje, além disso, a expectativa de vida está cada vez mais alta. Uma pessoa jovem pode chegar a uma idade mais avançada do que eu, mas o importante é chegar lá de maneira saudável. Eu, por exemplo, trabalho com idosos, fazendo com que todas as suas capacidades – cognitivas, sociais e emocionais – funcionem bem, pois isso lhes dá vida. Isso é o conceito de saúde global no qual creio. A educação é um desafio para todos e a saúde também.
Gestão Educacional: Como ensinar as crianças a utilizarem as novas tecnologias de maneira saudável e efetiva?
Martin: Existem alguns mitos, como o que diz que a simples introdução das tecnologias na aula já resultaria num grande sucesso. Isso não é correto. Podemos introduzir as tecnologias na sala de aula, mas se não soubermos o que fazer, sobretudo como fazer bem, [o computador] torna-se um aparato de distração. Há muitas promessas interessantes: as novas tecnologias podem ajudar, por exemplo, as crianças que tenham altas capacidades para que desenvolvam paralelamente um programa de aperfeiçoamento e que não se entediem na sala de aula. E para as crianças que tenham capacidades menores, também pode ser uma boa oportunidade [de desenvolvimento]. As novas tecnologias aplicadas à aula, ao âmbito e ao currículo escolar, se somente servirem para reproduzir conhecimento ou para ter uma imensa biblioteca, não servem para nada. Elas têm que servir para trabalhar a engenharia do pensamento, ajudar as crianças a pensarem de outra maneira. Para isso, deve ser ensinado a elas, desde muito pequenas, estratégias de seleção, análise e síntese das informações. Em suma, a escola tem que utilizar as tecnologias de maneira correta. Não me refiro somente a conteúdos nocivos, mas sim a identificar os conteúdos corretos, pois, se não o fizer, [o equipamento] torna-se um brinquedo de distração. Outro problema é a tecnologia no âmbito familiar e lúdico. Terminei uma investigação que constatou que os adolescentes utilizam o smartphone continuamente. São adolescentes on-line o dia todo. Isso está criando problemas de vício e de uso compulsivo. Eles têm essa necessidade de ter o celular próximo, pois se não o têm, logo se assustam, o que vem promovendo nessa juventude a urgência. O adolescente quer tudo aqui, agora, neste momento, o que não é possível. O que podemos fazer? Eu creio que temos que fazer o que chamo de “resistência para utilização”. O que isso quer dizer? É saber dizer não. Se o jovem está comendo ou numa reunião, não se pode utilizar [o smartphone], mas ele começa a resistir e muitos pais não entendem, são muito brandos. Por outro lado, resistência significa adaptabilidade, ser flexível para saber quando se pode utilizar o aparelho. Também deve ter uma educação crítica, estabelecendo critérios. Não sou contra o uso, mas sim a favor de uso racional. Por exemplo, não acho que os pais devam comprar um smartphone para crianças de oito ou dez anos de idade. É uma loucura! Isso só serve para o mal. Acredito também que se deve ter regras. Não se pode utilizar o aparelho o dia inteiro. Por exemplo, sou um grande fã de futebol, mas não posso passar o dia todo jogando. Eu gostaria que pudesse, mas preciso estudar e fazer outras coisas. Portanto, é preciso ter normas: um tempo para estudar, um tempo para brincar, para ler e também para nos comunicar. Em suma, tanto a família como a escola devem ensinar os pequenos a usarem tudo isso crítica e racionalmente. E, para isso, tem que haver a assistência dos pais. Os pais devem conhecer bem o que são as tecnologias, mas muitos pais não fazem nem ideia. Eles devem ter cumplicidade com os filhos, jogar com eles e comunicarem-se com eles. Os colégios também podem ajudar por meio de conferências e de reunião com os pais para sanar dúvidas. É inadmissível as crianças perderem coisas importantes da vida por conta das novas tecnologias. Existe aí um novo aspecto que não deve destruir os aspectos convencionais de comunicação. As tecnologias são aparatos. Cabe a nós humanizá-las. 
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terça-feira, 23 de julho de 2013

Ideias de P. Perrenoud

PEDAGOGIA

Philippe Perrenoud

O sociólogo suíço Philippe Perrenoud discorre sobre temas como formação, avaliação e desenvolvimento de competências

01/08/2002 19:21
Texto Cristiane Marangon e Eduardo Lima
Nova-Escola
Foto: Juliet Piper
Foto:
"Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos para solucionar uma série de situações", diz Perrenoud
Biografia: doutor em sociologia e antropologia, ele dá aulas nas Faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra, nas áreas de currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação. Escreveu 10 Novas Competências para Ensinar (Ed. Artmed); Ensinar: Agir na Urgência, Decidir na Incerteza, (Ed. Artmed) entre outros

O que ele diz:
 relaciona num de seus livros as dez novas competências para ensinar. Também fala sobre avaliação, pedagogia diferenciada e formação

Um alerta: as dez competências não contemplam todas as relações que se estabelecem em sala de aula. Por isso, nunca deixe de lado sua sensibilidade e afetividade.

O sociólogo suíço Philippe Perrenoud é um dos novos autores mais lidos no Brasil. Com nove títulos publicados em português, vendeu nos últimos três anos mais de 80 mil exemplares. O principal motivo do sucesso é o fato de ele discorrer, de forma clara e explicativa, sobre temas complexos e atuais, como formação, avaliação, pedagogia diferenciada e, principalmente, o desenvolvimento de competências.
Esse é um dos pontos mais reconhecidos de seu trabalho. “Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar uma série de situações”, explica ele. “Localizar-se numa cidade desconhecida, por exemplo, mobiliza as capacidades de ler um mapa, pedir informações; mais os saberes de referências geográficas e de escala.” A descrição de cada competência, diz , deve partir da análise de situações específicas.

A abordagem por competência também é utilizada quando Perrenoud fixa objetivos na formação profissional. No livro 10 Novas Competências para Ensinar, ele relaciona o que é imprescindível saber para ensinar bem numa sociedade em que o conhecimento está cada vez mais acessível:


1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem;

2- Administrar a progressão das aprendizagens;

3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

4- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;

5- Trabalhar em equipe;

6- Participar da administração escolar;

7- Informar e envolver os pais;

8- Utilizar novas tecnologias;

9- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;

10- Administrar a própria formação.
“Ele trouxe definitivamente à berlinda a discussão do profissionalismo”, ressalta Suzana Moreira, coordenadora pedagógica da Escola Projeto Vida, responsável por cursos de capacitação nas redes pública e particular. Nesse trabalho, ela incentiva a postura reflexiva destacada por Perrenoud. Numa primeira etapa, Suzana assiste a algumas aulas. Em seguida, conversa com o professor e faz com que ele questione a própria atuação. “Só depois de uma reflexão sobre erros e acertos, eu passo os referenciais teóricos. Todos têm o direito de errar para evoluir.”

Perrenoud auxilia nessa tarefa ao levantar as grandes dificuldades encontradas por quem assume uma sala de aula. Quando escreveu sobre a comunicação entre aluno e professor, por exemplo, ele fez um levantamento para saber o que o segundo anotava nos cadernos e boletins dos primeiros. Pediu também, nas entrevistas com os colegas, uma lista de observações sobre o que se perde quando a comunicação em classe não funciona. Ao combinar essas informações, chegou a 11 dilemas sobre o assunto, como “Deixar falar ou fazer ficar quieto?” e “Como fazer justiça, sem interferir nas regras do jogo social?” “Embora não aponte a solução, ele tem o mérito de identificar os problemas”, afirma Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

FICHAMENTO
ALMEIDA, M.E.B., Gestão de tecnologias na escola, disponível em: http:www.tvebrasil.com.br/salto/ acesso em junho/2013
Resumo:

O texto mostra que a princípio as TIC foram introduzidas na educação não com o objetivo de aperfeiçoar o processo de ensino aprendizagem, mas como recurso técnico para auxiliar a gestão das atividades administrativas, em especial coleta de dados sobre a vida escolar do aluno e demanda de vagas. A seguir as TIC começaram, mesmo que de modo tímido, a serem utilizadas no processo de aprendizagem como atividades adicionais ao trabalho do professor em sala de aula. Essas atividades contribuíram decisivamente, sobretudo com o acesso à internet a qualquer pessoa em tempo real, na escola ou fora dela a obter e acessar informações em tempo real e o surgimento de comunidades ou redes colaborativas de comunicação e informação. Esse novo acesso à informação através da internet e redes colaborativas cria um novo espaço de produção de informação e conhecimentos na escola e instiga o espaço escolar a tornar-se mais aberto e dinâmico. Surge, porém uma questão: como superar o desafio de transformar nossas escolas nesse novo lugar de produção de informações e conhecimento?, pois cada escola tem sua realidade e contexto. De acordo com ALMEIDA, 2002: “o fator primordial para a criação de comunidades e culturas colaborativas de aprendizagem, intercâmbio e colaboração é a qualidade (grifo pessoal) da interação, quer presencial ou a distância, cuja criação poderá viabilizar-se a partir da formação continuada e em serviço do educador,” portanto de acordo com a autora a qualidade da interação é que faz a diferença na produção de informações e conhecimento e o professor e todos que trabalham e fazem o espaço escolar devem e necessitam de uma formação continuada. A maior incorporação, uso e aceitação das TIC na escola vem ocorrendo em casos onde os gestores estão envolvidos com o uso das TIC e dominam essas novas tecnologias, pois como usar e incentivar algo que não se conhece e domina? Como o espaço escolar consiste num todo, onde cada componente, como professores, alunos, coordenadores, supervisores, técnicos administrativos e gestores fazem esse espaço funcionar, daí a necessidade de todos esses componentes serem capacitados e terem acesso à formação continuada em TIC e outras áreas para que esse trabalho seja aperfeiçoado e produza bons frutos.
As TIC mudam nossos hábitos, costumes e estilo de vida e isso veio para ficar!
Citações principais do texto:
“As tecnologias da informação e comunicação foram inicialmente introduzidas na educação para informatizar as atividades administrativas” (pág. 1)
“... o uso das TIC na escola, principalmente com o acesso à internet, contribui para expandir o acesso à informação atualizada e principalmente, para promover a criação de comunidades colaborativas que privilegiam a comunicação...” (pág. 1)
“O fator primordial para a criação de comunidades e culturas colaborativas de aprendizagem, intercâmbio e colaboração é a qualidade da interação, quer presencial ou a distância...” (pág. 2)
“A incorporação das TIC na escola vem se concretizando com maior frequência nas situações em que diretores e comunidade escolar se envolvem nas atividades como sujeitos do trabalho em realização, uma vez que o sucesso desta incorporação está diretamente relacionado com a mobilização de todo o pessoal escolar... daí a importância da formação de todos os profissionais que atuam na escola” (pág. 4)
“Anuncia-se um novo tempo, cabendo a cada educador, seja gestor ou professor, participar de processos de formação continuada...” (pág. 9)
Comentários:
O texto em questão nos lembra que as TIC, a princípio não foram utilizadas na escola com o fim pedagógico, mas administrativo na organização de dados dos alunos e da escola. Com o acesso à internet as TIC proporcionam a criação de redes colaborativas de informação e conhecimento; onde cada pessoa envolvida tem um papel ativo e atua como sujeito do processo de ensino aprendizagem. A incorporação, uso e aceitação das TIC na escola é maior, onde os gestores e toda a comunidade escolar estão envolvidos como sujeito do processo. Como o ambiente escolar demanda a participação de todos que atuam nele, daí a necessidade de todos os componentes do ambiente escolar, como professores, gestores, supervisores, coordenadores e pessoal técnico administrativo terem uma formação continuada. Contudo é a qualidade dessa interação em ambientes virtuais ou presenciais de aprendizagem que faz a diferença no aprendizado. O uso das TIC na escola tem o potencial de revolucionar o ambiente escolar e as possibilidades de aprendizagem são muito promissoras.
Questionamentos.
1)    Como mudar a mentalidade de tantos professores e gestores que ainda resistem ao uso das TIC no ambiente escolar?
2)    Como trazer a comunidade e despertar o seu interesse pela escola e dela fazer parte?
3)    Como envolver e despertar o interesse de todos que fazem o ambiente escolar a criarem e a cultivarem essas redes colaborativas de aprendizagem?
4)    Como o professor pode fazer para despertar o interesse dos alunos para usar as TIC para melhorar a qualidade do aprendizado dos alunos, uma vez que eles já usam as TIC em sala (em especial com o uso de smartphones), mas na forma de lazer (como jogos, facebook, etc.)?

terça-feira, 9 de julho de 2013

O bom uso das TIC: mundo virtual x mundo real



Hoje em praticamente todos os campos do conhecimento humano a informática e os recursos das TIC são essenciais à nossa vida moderna. Vivemos o tempo das informações que circulam numa rapidez que impressiona, e essas informações são trocadas e veiculadas de modo digital. Hoje qualquer pessoa que tenha acesso à internet, seja numa banda larga em casa ou num dispositivo móvel, como smartphone, tablet, etc. está bem informada de quase tudo que ocorre em escala local, nacional e mundial, e isso é extraordinário do ponto de vista da produção de dados, informações e conhecimento. Hoje não podemos negar a força e o poder das redes sociais que em questão de minutos podem mobilizar multidões como o que vimos nos últimos dias no Brasil. Estar alheio e distante de todo este aparato tecnológico é isolar-se do mundo moderno e parar no tempo. Não há como resistir e não se envolver nessa nova fase do conhecimento, tão dinâmico, rápido, eficaz, poderoso, digital e acessível a qualquer um que domine e tenha acesso às TIC, sobretudo à internet. Contudo devemos ter prudência e fazer uma seleção das informações que nos chegam a cada instante, pois nossa mente não consegue absorver tantos dados, informações e conhecimentos e todo esse cabedal de informações pode nos tirar do convívio social, ou seja pode interferir na interação social entre indivíduos, pois toda essa gama de informações quando absorvida sem prudência pode deixar o indivíduo mais isolado em seu mundo virtual e distanciá-lo do mundo real.  

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Inteligência Competitiva - IC, saiba um pouco


A sobrevivência e o desenvolvimento das empresas requerem capacidade de reagir rápido às mudanças e de prever futuras tendências do mercado para antecipar suas estratégias. A Inteligência Competitiva (IC) procura fornecer informações precisas, amplas e relacionadas com o negócio, além de ter a possibilidade de construir cenários que busquem ajudar os gestores a terem uma visão mais próxima do futuro, com o menor grau de incerteza e risco.
O tema “Inteligência competitiva: como utilizar as informações em decisões estratégicas”foi assunto da palestra de Domingos Sávio Alcântara Machado, diretor de Inteligência Competitiva, professor da Universidade Tiradentes (Aracaju-SE) e presidente da Associação de Gestores de Tecnologia da Informação do Estado de Sergipe, na IX Jornada de Marketing Educacional do GEduc 2013, realizado em São Paulo, entre os dias 20, 21 e 22 de março.  
Acompanhe a seguir as orientações do palestrante:

- A Inteligência Competitiva usa um conjunto sistemático e ético de processos e ferramentas que são responsáveis por selecionar, interpretar, disseminar e gerenciar as informações externas/internas que serão utilizadas no processo de tomada de decisão.

- A IC, em uma instituição de ensino, pode ser utilizada para:
* Monitorar e antecipar movimentos de outras instituições de ensino;
* Perceber e informar iniciativas de fusões e aquisições;
* Visualizar oportunidades para construção de novos negócios ou aperfeiçoamento dos atuais;
* Suprir o departamento de vendas com informações que possam melhorar o seu desempenho;
* Identificar mudanças tecnológicas ou macroeconômicas de impacto ao seu negócio;
* Monitorar ações regulatórias do MEC.

- Além dessas funções, alguns departamentos de IC trabalham com o planejamento estratégico; gestão da inovação; elaboração de painéis, chamados de dashboards, com indicadores de resultados da empresa, entre outras.

- Para obter tais informações, os analistas de IC utilizam pesquisas quantitativas e qualitativas com intervenientes relacionados com o mercado alvo, consultam bases de dados externas, como o Censo do Inep/MEC [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Ministério da Educação] e dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], compram análises de mercado realizadas por terceiros, contratam especialistas para falar sobre determinado assunto/alguma tendência e diversas outras fontes.

- É preciso dispor de colaboradores que olhem “de fora” os processos e que se dediquem a acompanhar as ações dos diversos atores externos (concorrentes, fornecedores, governo, MEC, mercado, etc.) para que possam analisar e propor modelos novos de negócios ou apresentar soluções inovadoras que estejam tendo resultados positivos em outras instituições de ensino. A IC deve se preocupar em minimizar a miopia corporativa e competitiva da instituição, fazendo enxergar a situação real dos fatos.

- A Inteligência Competitiva deve ser vista como um moderno e importante meio/suporte de geração de informações que visam antecipar tendências e possíveis caminhos a seguir nesse complexo cenário do ensino brasileiro.  As ameaças e as oportunidades estarão sempre presentes, mas é preciso perceber as mudanças de cenários, agir mais rápido que seu concorrente, desenvolver o hábito de não decidir sem ter a informação adequada e, principalmente, inovar para ter sempre um diferencial competitivo que possa ser percebido pelos atuais e novos alunos/clientes.
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Para todos que desejam estar ligados nas notícias sobre Gestão Escolar sugiro visitarem o site: www.gestaoeducacional.com.br

Vamos ler...

A leitura estimula nossas idéias e nossos pensamentos, exercita nosso cérebro, nos torna mais sábios e conhecedores do mundo em que vivemos, nos faz sermos mais reflexivos e isso nos faz vermos a vida com mais beleza.

Gestao Escolar & Tecnologia: Gestão escolar e tecnologias

Gestao Escolar & Tecnologia: Gestão escolar e tecnologias: Video: Formação de gestores escolares para o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, referente ao Projeto Gestão Escolar e Tecnolog...

domingo, 7 de julho de 2013

Funções e uso da tecnologia na educação

FICHAMENTO
VIEIRA, Alexandre Thomaz. Funções e Papéis da Tecnologia. São Paulo, PUC-SP, 2004.
Resumo:
O texto em questão chama a atenção para a importância do uso da tecnologia no trabalho pedagógico; faz uma diferenciação entre dados, informações e conhecimento. Relembra que o conhecimento é uma produção da mente humana. Mostra a importância da interação no trabalho pedagógico, sobretudo pela prática e diz que o isolamento do trabalho do professor em sala de aula atrapalha o desenvolvimento da cultura de colaboração e indica que o gestor pode contribuir como mediador para que essa interação aconteça. Sugere um modelo de implantação de sistemas de TI nas escolas.
Citações principais do texto:
“Sabemos também que esse trabalho só se concretiza quando o professor domina os conceitos e as práticas relacionadas com a tecnologia, transpondo-os para o seu trabalho pedagógico e aplicando-os no cotidiano da sala de aula” (pág.1).
“Os dados são conjuntos de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos” (pág. 1).
“Já a informação... é uma mensagem” (pág. 2)
“O conhecimento tem caráter humano e é mais amplo, mais profundo e bem mais rico do que dados e informação... ou seja, para produzir conhecimento é necessário que haja mente que trabalhe.” (pág. 3)
“Então, se pretendemos ter um ambiente com tecnologia em que o conhecimento possa fluir  constantemente, temos que criar condições para que um determinado conhecimento possa ser acessado.” (pág. 5)
“A prática de trabalho dos professores, geralmente isolada nas salas de aula, dificulta sobremaneira a criação de uma cultura de colaboração. Por isso há a necessidade do gestor planejar a existência de momentos de troca de experiências entre professores e funcionários.” (pág. 6)
Comentários:
O conhecimento é uma produção da mente humana que trabalha e articula ideias, pensamentos, dados e informações. Esses conhecimentos são produzidos em especial nas interações que os seres humanos estabelecem entre si. O uso da tecnologia pode facilitar muito o trabalho do gestor e do professor no ambiente escolar e pode contribuir de maneira decisiva para o aprendizado do aluno e ser um diferencial na produção de dados, informações e conhecimentos. Contudo para que a efetivação do uso das TI nas escolas e em sala de aula possa ocorrer, o professor e o gestor devem conhecer e dominar essas tecnologias e deve-se criar condições para que as TI sejam acessíveis aos alunos. Deve-se desenvolver no ambiente da escola, em especial entre os professores, uma cultura da colaboração, onde a interação entre as diversas práticas de trabalhos e os diversos conhecimentos sejam compartilhados. O estímulo para que essa colaboração entre os professores e outros funcionários da escola ocorra pode e deve partir da atitude do gestor escolar.
Questionamentos.
1)    Por que tantos professores e gestores ainda resistem em conhecer e usar as TI na escola?
2)    O que o professor e o gestor “ganham” quando se omitem em melhorar o trabalho e o fazer pedagógico na escola?
3)    Por que as pessoas, hoje em geral, estão tão isoladas em seus mundos? Quando todos ganham na interação e na partilha de bons valores, bons conhecimentos e experiências?
4)    Como criar um ambiente favorável nas escolas para o uso genuíno e contínuo das TI?

5)    Como usar o conhecimento e o maquinário (smartphones, tablets, notebook, etc.) dos alunos em TI e TIC para estimular o seu aprendizado?